segunda-feira, 13 de março de 2017

Destaques de Avaí 2x3 Criciúma

Invencibilidade no estadual. O Avaí passou o primeiro turno inteiro sem derrota: nove jogos, com seis vitórias e três empates. Já de cara perdeu no segundo turno.

Invencibilidade do Marquinhos. O capitão avaiano ficou 20 jogos sem derrota (14 vitórias e seis empates), até o último domingo.

Invencibilidade do Betão na Ressacada. O zagueiro não perdeu nenhum de seus primeiros 14 jogos na Ressacada (11 vitórias e três empates). Até ontem...

Três gols. Foi a primeira vez na "gestão Claudinei" que o Avaí sofreu três gols num jogo em casa. Foram 16 partidas, desde o 0x3 para o Bahia na Série B passada (20 de agosto de 2016).

Três gols em um tempo. Depois de 33 jogos, o Avaí voltou a sofrer três gols em um tempo de partida. A última vez havia sido na derrota por 3 a 0 para o Brasil de Pelotas na 19ª rodada da Série B, quando os três gols dos gaúchos foram marcados no primeiro tempo. Na ocasião, o intervalo entre os três gols (14 minutos) foi até menor que o intervalo entre os gols do Criciúma ontem (17 minutos).

Virada. Esse é talvez o fato mais curioso. O Avaí não perdia um jogo de virada desde 16 de agosto de 2015, quando foi derrotado pelo Corinthians na Ressacada pela Série A (1x2). Pelas nossas contas, nesse período o Leão saiu na frente no marcador em 38 partidas, das quais venceu 33 e empatou cinco antes de sofrer a derrota para o Criciúma.

Sm vitória na Ressacada. O Avaí chegou a quatro jogos sem vencer em seu estádio (0x0 Figueirense, 1x1 Luverdense, 1x1 Inter de Lages e 2x3 Criciúma), fato que não ocorria desde a Série A de 2015 (1x4 Atlético Mineiro, 1x1 Figueirense, 1x2 Grêmio e 2x2 Sport).

sexta-feira, 10 de março de 2017

Breve análise sobre o público na Ressacada em 2017

Com a primeira semana inteirinha sem jogos, ganhamos um tempinho para fazer pesquisas um pouco mais aprofundadas. No post de hoje, vamos falar sobre público presente aos jogos do Avaí em 2017.

Em sete partidas disputadas na Ressacada neste ano, o Avaí teve, em média, 5.157 pagantes presentes por jogo. Isso representa uma lotação - considerando apenas os pagantes - de 28,9% do estádio, segundo a capacidade anunciada no site do clube (17.822 torcedores). Olhando esse dado pelo outro lado, significa que o Avaí opera com ociosidade de aproximadamente 70% de seu estádio (arredondamos considerando que há espaços ocupados por não-pagantes), um valor absurdamente alto quando comparado com as principais ligas do mundo, mas relativamente (e infelizmente) "dentro do normal" para o padrão brasileiro.

O público pagante dos jogos variou de 1.615 contra o Londrina pela Copa Que Ninguém Liga da Primeira Liga a 10.797 contra o Figueirense pelo Campeonato Catarinense. O gráfico 1, abaixo, mostra  a distribuição dos públicos do Avaí no ano. Percebe-se que, além do clássico, as partidas contra Chapecoense (outro representante catarinense na Série A do Brasileiro) e Brusque (até então, vice-líder do estadual) ficaram acima da média do clube em termos de público. Nos demais, públicos  nada satisfatórios.

Gráfico 1. Distribuição do público pagante por jogo na Ressacada em 2017.

A maior parte do público pagante que frequenta os jogos do Avaí é formada por sócios do clube. São 3.588 sócios, em média, por partida, dos quais 3.584 sócios "normais" e 4 (quatro. Não lesse errado, não.) da modalidade "Nação Avaiana", na qual se paga uma mensalidade de R$ 30 para se ter desconto de 60% no preço de ingressos. Os sócios representaram, até o momento, 69,6% dos pagantes nos jogos do Avaí, o que mostra a importância desse público cativo para as contas do clube.

O jogo com mais sócios presentes foi o clássico contra o Figueirense (6.025), enquanto a partida contra o Londrina teve apenas 1.381 sócios.

O peso dos sócios diminui, porém, à medida que o público pagante total aumenta. Há uma correlação negativa muito forte (-0,95) entre o total de pagantes e o percentual de sócios entre esse público. Basta ver que as três partidas com mais torcedores tiveram, em média, 62,1% de sócios, enquanto as quatro de pior público ficaram com média de 85,1% de sócios entre os presentes. O jogo com maior proporção de sócios entre os pagantes (87,1%) foi contra o Luverdense, enquanto o clássico contra o Figueirense, recorde de público do Avaí no ano, teve o menor percentual de sócios (55,8%).

Gráfico 2. Percentual de sócios do Avaí entre o público pagante por jogo na Ressacada.

É claro que a presença de torcida visitante também colabora para esse fenômeno. Não é coincidência que os jogos contra Brusque, Chapecoense e Figueirense tiveram a maior presença de visitantes, pelo que observamos nos jogos (não há dados separados nos borderôs sobre ingressos vendidos para visitantes), e a menor proporção de sócios do Avaí entre o público presente. No entanto, os dados mostram também que são nesses jogos mais atrativos que o clube pode faturar mais com venda de ingressos, pois o público comprador de ingresso fica em torno de 35% a 45% do total, contra 15% a 20% nas partidas menos atrativas.

Toda a comunicação avaiana é feita pensando em angariar sócios e tem até quem ache que só sócio pode dar opinião sobre as coisas do clube, mas não se deve ignorar os torcedores que compram ingresso também. Afinal, em sete jogos, eles já desembolsaram R$ 350.500,00 para assistir o Avaí - e nós não estamos em condições de raigar dinheiro...

Quanto cada setor rende com ingressos

Nos borderôs dos jogos do Avaí, os oito setores da Ressacada estão divididos, em geral, em dois grandes grupos: ACDE (os setores cobertos) e BFGH (os descobertos). Os dados sobre a ocupação desses setores são referentes apenas a ingressos vendidos. O item "Sócios" (ou "Sócios+Credenciais", como aparece em vários borderôs) não tem a discriminação por setor. Não é possível saber, portanto, quantos sócios comparecem a cada setor do estádio em cada partida.. O mesmo vale para os menores de 12 anos, que pagam R$ 10,00 por jogo e vêm informados no borderô em item único, sem separação por setores.

Vamos nos ater, então, sobre os ingressos vendidos para cada setor. Consideramos, nos casos dos setores cobertos, também a parte "VIP" dos setores C e E, cujas entradas vendidas vêm discriminadas nos borderôs. A conta inclui tanto valores inteiros como meias entradas.

Foram 11.011 ingressos vendidos até agora. Em média, o Avaí vende 775 ingressos para os setores cobertos por jogo e 617 para os setores descobertos. É curioso, pois os setores descobertos têm ingressos sempre mais baratos, mas, talvez, ainda num preço que o torcedor considera elevado demais para valer a pena pagar por ele.

Gráfico 3. Divisão do público pagante conforme o tipo de entrada vendida (ingressos e sócios).

O valor médio do ingresso vendido nos setores cobertos foi de R$ 36,79, enquanto nos descobertos ficou em R$ 31,88. Consequentemente, os setores cobertos geram renda maior por partida com ingressos (R$ 28.520,00) que os descobertos (R$ 19.678,57). Não é possível precisar quanto de renda o sócio gera por partida, pois é atribuído a cada sócio presente o valor simbólico de R$ 10, para efeitos de cálculo de descontos de impostos e taxas sobre a renda bruta da partida.

Aqui, cabe uma observação. A grande maioria dos ingressos vendidos (80,8%) é de meias entradas. Isso porque são consideradas meias entradas não só aquelas previstas por lei (como para estudantes, por exemplo), mas as promoções que o clube faz, do tipo "compre ingresso usando camisa do Avaí e pague metade do preço". Como os ingressos vendidos com preço inteiro foram apenas 7,7% do total, há forte indício de que os preços cobrados pela entrada inteira não condizem com o valor que o torcedor atribui ao serviço que Avaí está oferecendo.

Não podemos esquecer que futebol é paixão, mas, também, um serviço de entretenimento, e o torcedor compra conforme avalia a qualidade do "espetáculo" que lhe é oferecido, incluindo aí, não só a qualidade ou o desempenho do time do Avaí, mas também a atratividade do adversário (qualidade, notoriedade e rivalidade são atributos importantes) e da competição (fases finais e disputas que envolvem equipes mais qualificadas tendem a levar mais público ao estádio).

Considerações

Entendemos que, para melhorar a ocupação de seu estádio e a renda obtida por jogo, o Avaí deve avaliar se os preços cobrados pelos ingressos, principalmente dos setores descobertos, estão no nível adequado ao serviço de entretenimento que oferece. Também deve analisar os preços inteiros cobrados, pois a venda de ingressos nesses valores é muito pequena. Talvez o "meia entrada" deva ser o valor inteiro.

Com os dados que trouxemos, é possível, ainda, fazer um planejamento conforme o grau de atratividade esperado para cada partida. É esperado que jogos contra equipes como Atlético Tubarão e Almirante Barroso sejam vistos como pouco atrativos pelo torcedor avaiano, a não ser que o clube esteja disputando o título do returno. Sabe-se que, em partidas assim, a grande maioria do público presente ao estádio é composto por sócios. Pode-se, então, buscar alguma alternativa para vender mais ingressos nesse jogos, como o preço mais baixo ou realizar ações específicas voltadas aos consumidores eventuais.

Outra ação que pode ser tomada é tentar atrair mais famílias para os jogos. O número de menores presentes a cada jogo é relativamente pequeno (3,4% do total de pagantes), o que sugere pouca presença de famílias.

Mais adiante durante a temporada, faremos novas análises e atualizações sobre a presença de público na Ressacada em 2017.

domingo, 5 de março de 2017

Poupar ou não poupar: eis a questão

Na partida deste domingo contra o Inter de Lages, o Avaí deve entrar em campo com uma equipe pra lá de "alternativa", pra usar um eufemismo para "time reserva". São quatro titulares fora por lesão (Luan, Judson, Diego Jardel e Leandro Silva) e mais seis devem ser poupados (Capa, Betão, Rômulo, Alemão, Kozlisnki e Marquinhos). Será que vai ter uma vaga pro Toshi?

A decisão de escalar um time tão modificado divide opiniões. Isso porque, embora o Avaí já tenha garantido pelo menos uma vaga na final ao conquistar o primeiro turno, a pontuação geral conta para definir quem vai decidir o título em casa. Pode parecer pouca coisa, mas o Avaí não conquistou nenhum de seus 16 títulos no Campeonato Catarinense fora de Florianópolis. Toda vez que decidiu no interior, perdeu: 1977 (Chapecó), 1985* (Itajaí) e 1992 (Brusque).

Por outro lado, é verdade também que o ritmo tem sido muito forte nesse início de temporada. Com três competições em disputa, o Avaí fez 12 partidas num intervalo de 36 dias. Média de um jogo a cada três dias. Daqui para frente a coisa vai melhorar nesse sentido, já que fomos precocemente eliminados de Copa do Brasil e Copa da Primeira Liga. Só temos o estadual até maio, além de um clássico pela Copa da Primeira Liga que só nos interessa pela rivalidade. Aliás, esse é mais um argumento usado por quem critica o uso do time reserva neste domingo: daqui pra frente, é quase sempre um jogo por semana e dá, em tese, para descansar o time mesmo durante a competição.

Confira abaixo a lista de jogadores de acordo com os minutos em campo em 2017. A conta inclui os acréscimos dados pelos árbitros em cada tempo de jogo. Em itálico, os jogadores lesionados ou se recuperando de lesão. Dos 11 que mais atuaram, apenas Denílson e Júnior Dutra devem entrar em campo contra o Inter de Lages.

1º Alemão - 1.050min
    Betão - 1.050
    Kozlinski - 1.050
4º Rômulo - 983
5º Capa - 885
6º Diego Jardel - 799
7º Denílson - 793
8º Judson - 769
9º Leandro Silva - 764
10º Júnior Dutra - 629
11º Marquinhos - 627
12º Luan - 554
13º Ferdinando - 441
14º Caio César - 382
15º João Paulo - 324
16º Gustavo Santos - 261
17º Renato Júnior - 217
18º Chapecó - 168
19º Santarém - 142
20º Vítor - 140
21º Maurício - 124
22º Gustavo Schiavolin - 101
23º Douglas - 98
      Leo Felipe - 98
      Salazar - 98
26º Marcelinho - 43
27º Menezes - 17
28º Iury - 16
29º Toshi - 11 


*o jogo decisivo de 1985 não foi exatamente uma final, mas uma partida válida pela última rodada de um hexagonal final, na qual tanto o Avaí quanto seu adversário, o Joinville, podiam ser campeões. O jogo foi em Itajaí porque o Joinville havia perdido mando de campo.