domingo, 28 de maio de 2017

Análise das contratações avaianas para 2017

Passadas duas rodadas do Campeonato Brasileiro, já ficou claro que o Avaí precisa de reforços, e a diretoria, mesmo que atabalhoadamente, tem ido atrás, mas ainda sem sucesso. Contratações dadas como certas, ou quase isso, como Breno Lopes, Rodrigo Sam, Alex, Máxi Rodríguez, Maicon e Vitinho acabaram não se concretizando ou demorando mais que o esperado (Maicon disse que não vinha, depois disse que vem, deu um mim acher, mas parece que vai pintar na Ressacada nesta semana).

A falta de dinheiro é sempre apontada como um empecilho para que o Avaí contrate jogadores. Fala-se que o clube adota como teto salarial 60 mil reais mensais, o que, de fato, seria um valor bem baixo para uma Série A de Campeonato Brasileiro. Cabe lembrar que essa falta de dinheiro não é fruto de nenhuma maldição, castigo divino ou catástrofe natural, mas sim de más gestões anteriores, das quais muitos dos dirigentes que hoje estão no clube faziam parte.

E, se falta dinheiro, é estranho que o Avaí continue a contratar jogadores em quantidade em detrimento da qualidade. Embora num ritmo pouco menor que anos anteriores, ainda chegam jogadores de penca na Ressacada. Somente neste ano, pelas nossas contas, 12 atletas foram contratados e pelo menos mais sete foram tentados (além dos seis citados no primeiro parágrafo, o artilheiro do estadual, Jonatas Belusso, do Brusque, também foi objeto de desejo). A torcida ainda espera os "tiros certeiros" para a Série A, prometidos no início do ano, quando a diretoria anunciou que não abriria os combalidos cofres azurras no estadual.

Confira abaixo quem são esses "reforços", com alguns números sobre eles e a média no Troféu Avaí, iniciativa de torcedores que a cada rodada dão notas aos jogadores do Leão, com o objetivo de, no fim do ano, premiar o melhor da temporada.

GOLEIRO

O Avaí repôs a saída de Renan, titular na Série B, com um goleiro com histórico de lesões, que foi reserva do reserva de Grêmio e Corinthians e teve passagens de algum destaque por times pequenos de São Paulo (Bragantino e Sertãozinho). Douglas, de 28 anos, disputou apenas dois jogos pelo Leão em 2017, totalizando 194 minutos em campo e sofrendo dois gols. Alternou boas defesas com falhas primárias e não deixou em ninguém a certeza de que é melhor que o contestado Kozlinski. Ainda, quando esteve prestes a assumir a titularidade, pisou-se. Apesar disso, sua média no Troféu Avaí é 6,0, a sexta melhor do ano e a melhor entre os três goleiros usados até o momento (Kozlinski tem 5,8).

LATERAIS-DIREITOS

O Avaí disputou a reta final da Série B com Alemão na lateral-direita. Jogador da posição, Renato foi deslocado para a chamada "segunda linha", fazendo a função de meia-atacante. Não teve seu empréstimo renovado pelo Fluminense e voltou ao time carioca para a temporada 2017. Para repor essa posição, chegaram, até o momento, dois jogadores.

Vindo do rival, Leandro Silva, 29 anos foi uma das melhores contratações de 2017. Conhecido pelas qualidades defensivas, surpreende ao ser um dos líderes em assistências para gol no ano (quatro), junto com Júnior Dutra, além de ter marcado dois gols (de cabeça e de fora da área). Com esses números, é o quarto jogador que mais participou diretamente de gols no ano, atrás apenas do trio ofensivo Júnior Dutra, Denílson e Rômulo. Ficou alguns jogos fora por lesão e, por isso, esteve em campo em 17 partidas, totalizando 1.534 minutos. Média no Troféu Avaí: 6,2 (terceiro colocado, junto com Judson).

O jogador que vem para ser o "Renato de 2017" é Diego Tavares, 25 anos, ex-Paraná, contratado após o estadual. Pode jogar tanto na lateral, como no meio e ataque. Disputou os dois jogos do time no Campeonato Brasileiro, totalizando 91 minutos em campo, e ainda não deixou boa impressão. Média no Troféu Avaí: 4,0.

ZAGUEIROS

Fábio Sanches formou com Betão uma zaga invicta na Série B (13 jogos e nenhuma derrota). Chamou a atenção do Goiás, que, embora na Série B, tem mais recur$$o$ que o Avaí. Para repor sua saída, três jogadores já chegaram à Ressacada.

Um foi o experiente Gustavo Schiavolin, 35 anos, ex-Palmeiras, Atlético Paranaense e Bahia, que ano passado pouco jogou pelo time baiano por causa de lesão. Em tese, chegou para ser titular, mas Alemão, agora na zaga, formou boa dupla com Betão e não deu espaço para o veterano, que disputou seis jogos, totalizando 404 minutos em campo. "Discreto" é um bom adjetivo para seu desempenho, já que não fez nada muito digno de nota, nem para bem e nem para o mal. Média no Troféu Avaí: 4,9.

Outro contratado foi o obscuro colombiano Salazar, 22 anos, vindo de um microtime chamado Barra, que disputou a segundona catarinense ano passado. Jogador mais alto do elenco avaiano (2,00m), Salazar entrou em campo em apenas duas partidas, ambas com o time "B", e ficou 194 minutos em campo. Com um porte físico que nos lembra os nada saudosos Paulão e Leandro Bambu (sem rima, por favor), Salazar até que não foi mal. Chegou a ser eleito pela turma do Troféu Avaí como o melhor em campo na derrota para o Inter de Lages. Média no Troféu Avaí: 5,8.

Terceiro contratado para a zaga, Aírton, 26 anos, veio do Paraná para a disputa da Série A, mas ainda não entrou em campo.

VOLANTES

Acostumamo-nos, nos últimos anos, a ver o Avaí trazer uma carrada de volantes. Parecia fetiche dos dirigentes por essa posição. Em determinados momentos não sabíamos se estávamos torcendo para um time de futebol ou para uma concessionária da Volkswagen (ok, foi fraca, dsclp). Em 2017, o ritmo de contratação de volantes diminuiu, mas não foi desprezível. Luan e Judson permaneceram como titulares, Jajá, Luiz Gustavo e João Filipe foram embora e para reforçar o setor o Leão trouxe, até o momento, três jogadores.

O primeiro a chegar foi um velho conhecido, Ferdinando, que já tinha jogado no Avaí entre 2006 e 2009. Tudo bem que veio pra quitar uma dívida do clube com ele, mas, se foi anunciado e apresentado como reforço, quem sou eu para dizer que não é? Só que um jogador de 37 anos, com lesão recente e que pouco jogou por um time rebaixado à Série D ano passado (Portuguesa) não é bem que os avaianos esperavam para um ano de Série A. Ferdi disputou cinco jogos no estadual, totalizando 441 minutos em campo, e nem de perto lembrou o cão-de-guarda do time sexto colocado no nacional de 2009. Média no Troféu Avaí: 4,8.

Ainda durante o Campeonato Catarinense, com as lesões de Luan e Judson, o Avaí sentiu que Ferdinando e Renato Júnior, os substitutos imediatos, não dariam conta. Veio, então, por indicação do treinador Claudinei Oliveira, Lucas Otávio, vulgo Batatinha, ex-Santos e Paraná. O jovem de 23 anos e 1,64m (segundo mais baixo do elenco, apenas 2cm mais alto que Santarém) até mostra alguma intimidade com a bola, mas seu chassi de grilo não indica que tenha futuro jogando na volância. Um tranco de Túlio de Melo na frente da área que resultou em gol da Chapecoense ilustra isso. Batatinha disputou quatro jogos, totalizando 253 minutos. Média no Troféu Avaí: 5,4.

Por fim, para a disputa da Série A, veio Welington Simião, ex-Ituano, jogador de 30 anos que nunca disputou uma edição da elite do futebol nacional. É de se imaginar o que a diretoria avaiana considera "tiro certeiro"quando se vê uma contratação dessas. Talvez falavam sobre o chute de longa distância de Simião que, dizem, é bom. No entanto, ele ainda não teve oportunidade de mostrar essa qualidade nos 48 minutos que ficou em campo durante os dois jogos que disputou no Brasileirão. Média no Troféu Avaí: 5,5.

MEIA-ATACANTE

Vamos tratar como "meia-atacante", e não apenas "meia", pois no esquema do Claudinei os meias são atacantes e os atacantes são meias.

Dono do clube da posição, Marquinhos permaneceu para 2017 e, como esperado, segue como titular do time. Também como esperado, não veio ninguém que pudesse ameaçar sua titularidade na posição. O único reforço para a meia-cancha ofensiva foi o enigmático Marcelinho, 29 anos, vindo do futebol da Índia, depois de vários anos jogando na Grécia e em clubes pequenos do Brasil, como Tombense, Ipatinga e Anápolis. Veio com o cartaz de ter sido o melhor jogador do último Indianão. Autor da célebre frase "Quem poupa o lobo, sacrifica as ovelhas" em sua conta no Twitter, Marcelinho jogou muito pouco, não só qualitativamente falando, mas quantitativamente também: apenas 132 minutos, em cinco partidas. Média no Troféu Avaí: 4,7.

ATACANTES

William e Lucas Coelho, atacantes que alternaram a titularidade na Série B, não permaneceram para 2017, assim como Tatá e Romarinho. Para substituí-los, o Avaí apostou em duas incógnitas, que surpreenderam positivamente.

Cria da base do Fluminense, com passagens pelo futebol do glorioso Azerbaijão e pelo time "B" do Granada, da Espanha, o até então desconhecido Denílson, de 21 anos, é o artilheiro do Avaí na temporada, com oito gols. Também deu uma assistência, o que faz dele o segundo jogador que mais participou de gols no ano. É verdade que caiu de produção com o passar dos jogos e não lembro mais o avassalador jogador que marcou cinco gols nas primeiras cinco partidas com a camisa do Leão, o que o fez receber o apelido de Denilshow. No entanto, desempenha papel tático importante no esquema de Claudinei Oliveira, jogando aberto pelo lado esquerdo, e é sim uma das poucas contratações que contribuíram para melhoria do time no ano. Média no Troféu Avaí: 6,1 (quinto colocado).

Outro atacante contratado nesta temporada, Júnior Dutra, 29 anos, veio da reserva do Vasco para ser um dos destaques do Avaí no ano. Autor de sete gols e quatro assistências, é o que mais participou diretamente de gols. Também é um dos que mais vezes entrou em campo, totalizando 23 jogos e 1.874 minutos (quinto colocado nesse quesito). Média no Troféu Avaí: 6,3 (segundo colocado).

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sem vitória

O Avaí começou com o Vitória, mas não com vitória, a Série A do Campeonato Brasileiro, num 0 a 0 que foi ruim para as pretensões do clube no campeonato, em casa e diante de um adversário direto na luta contra o rebaixamento. Velhos problemas ofensivos e um pênalti escandaloso não marcado a nosso favor no segundo tempo ajudam a explicar o resultado.

Na estreia em sua nona participação na Série A, o Avaí deixou em estado de nervos aqueles tradicionais torcedores do setor A que vivem bradando "tira esse time de trás!" ou os mais jovens do setor D que berram "desenterra esse time!". O comportamento do Leão em casa contra um time que também deve brigar para não cair e que tinha seis desfalques deve indicar qual vai ser a tônica da equipe na competição, caso Claudinei Oliveira permaneça até o fim: fechadinho, compacto, esperando a oportunidade para o contra-ataque.

O que se viu foi o Vitória tendo bem mais posse de bola, o que sempre passa a impressão de estar jogando melhor. Mas, no frigir dos ovos, os dois times se equivaleram em chances de gol criadas na primeira etapa - umas duas pra cada lado -, que, aliás, foi bem fraca.  No início do segundo tempo, houve uma blitz do Vitória no início, quando o time baiano chegou perto de marcar ao chutar a bola na trave pela segunda vez na partida (houve uma no primeiro tempo também).

O Avaí conseguiu equilibrar a partida do meio para o final do segundo tempo e também teve oportunidades, mas sempre faltou um pé pra empurrar a bola para dentro ou uns centímetros a mais para Rômulo marcar de cabeça. A história, claro, poderia ter sido diferente se o árbitro Felipe da Silva, meu quase homônimo, tivesse marcado pênalti num lance em que o zagueiro Renê quase atorou a perna de Júnior Dutra dentro da área.

O empate acabou sendo coerente com o que as duas equipes fizeram em campo, mas injusto pelo fato de o Avaí ter sido prejudicado pela arbitragem.

Defesa bem

Não foi uma partida perfeita - houve momentos de bateção de cabeça -, mas o sistema defensivo do Avaí, no geral, foi bem mais uma vez, principalmente a dupla de zaga Alemão e Betão. Carregando a pecha de "jogador de time pequeno", Alemão saiu-se bem no seu primeiro jogo de Série A com o Leão. Nos últimos seis jogos, o time titular (ou seja, sem contar a partida contra o Inter de Lages) do Avaí sofreu apenas três gols. A defesa é o setor que menos preocupa.

O deserto ofensivo

Por outro lado, o time titular do Avaí marcou apenas dois gols nos últimos seis jogos. Um desempenho que pra ser pífio ainda precisa melhorar bastante. Credito isso aos fatos de termos um meio-campo que contribui muito pouco para as ações ofensivas e de nosso esquema de jogo ter caído na previsibilidade.

O Avaí vem jogando no 4-2-3-1 durante o ano todo. Desde o início da temporada, ficou claro que nossas ações ofensivas dependiam muito das jogadas de lado de campo, com os meias-atacantes abertos e os laterais. O que os adversários começaram a fazer é "povoar as laterais", colocando meias e atacantes abertos para atrapalhar os avanços de nossos laterais.

Com laterais presos, restar-nos-ia a saída pelo meio, mas aí é que as coisas se complicam. Nossos dois volantes, Luan e Judson, são um desastre quando ultrapassam a linha do meio do campo. Luan mesmo fica mais perdido que cego em tiroteio quando se aventura no ataque, enquanto Judson até tem alguma velocidade e arrisca chutes, mas cada vez que ele tenta uma finalização de longe, morre um filhotinho de Leo Gago. É cada chute mais torto que o Scarpelli...

Precisamos falar sobre o M10

E, por fim, temos Marquinhos. O meia, camisa 10, cérebro, coração e alma do time. O ídolo, o homem que não pode sair (e quando sai ainda acha ruim) porque, em algum momento, vai acertar uma cobrança de falta ou colocar um atacante na cara do gol. O problema é que, enquanto esperamos que antigos espíritos do bem ou do mal transformem aquela forma decadente no Marquinhos de 2009, os jogos vão passando, passando, passando e... nada.

Eu gostaria de ver esses jogos que alguns veem nos quais Marquinhos "distribui jogo", "arma jogadas" ou, ainda, aquelas partidas em que o Avaí jogou mal porque "Marquinhos estava bem marcado e não conseguiu armar jogadas". Por favor, peguem os números do M10 neste ano (dois gols e um passe para gol em 18 partidas). Vejam os lances de gol do Avaí no ano - ele nunca participa das jogadas. Olhem os melhores momentos do jogo contra o Vitória. Nas poucas chances que o Avaí criou, onde ele estava? Chutando a gol? Dando passe para gol? Não. Não estava em nenhuma. Só apareceu para bizarramente jogar de zagueiro e desviar um chute do Denílson que iria pro gol.

Marquinhos não está porque não consegue - acredito que por algum problema físico, pois um jogador de 35 anos ainda tem, em tese, lenha pra queimar - jogar contra volantes que correm feito cachorros loucos. Consegue tocar na bola quando vem buscá-la na linha do meio do campo, ficando praticamente em linha com um dos volantes. Aí, ou toca ela pro lado ou tenta lançamentos infrutíferos. Pra quê?

E Marquinhos não é cobrado. Cobra-se do Júnior Dutra, que tem sete gols e quatro assistências no ano. Do Denílson, que tem oito gols e uma assistência. Do Rômulo, que tem seis gols e três assistências. E do M10, nada. Ele, o melhor kicker do futebol catarinense, tem um gol e uma assistência em bola parada no ano. O limitado Diego Jardel, que deve ter cobrado menos de um décimo das faltas e escanteios que o Galego cobrou no ano, já tem três assistências de bola parada.

Até quando vamos ficar nesse reino da fantasia imaginando o Marquinhos de 2009 enquanto vemos o de 2017? Acredito que até o momento em que começarmos a levar porrada atrás de porrada de times que vão vir voando contra nós. Como torcedor quer é resultado, pode ser que surjam cobranças. Mas quem sabe também, os canhões serão apontados novamente para o Rômulo, "que não serve", para o Denílson, que é "displicente", para o Evando, "que escala o time", e por aí vai...

Ressacada não faz diferença

Com o empate contra o Vitória, o aproveitamento do Avaí no ano na Ressacada cai para menos de metade dos pontos: 48,7%, ou 19 pontos somados em 39 possíveis. Fora de casa o aproveitamento sobre para 61,5%, ou 24 pontos de 39 possíveis. Já são três jogos seguidos (Almirante Barroso, Chapecoense e Vitória) sem fazer gol em casa.

Acredito que esse fenômeno ocorra pelo fato de o Avaí ter como característica esperar o adversário para sair no contra-ataque. Acontece que para isso dar certo tem que combinar com os russos, como diria Garrincha. Muitas vezes o adversário também joga fechado fora de casa e dá a bola para o Avaí tentar criar. Aí é que começa o desespero. Sem qualidade, o nosso time embanana-se e não sabe o que fazer para agredir um adversário. Nosso negócio é contragolpear.


domingo, 14 de maio de 2017

Números do Avaí na Série A

8 participações (1974, 1976-77, 1979, 2009-11, 2015)
205 jogos
55 vitórias
53 empates
97 derrotas
234 gols marcados
318 gols sofridos

Mais gols marcados: William (2009, 2011, 2015), 26 gols
Mais jogos: Emerson (2009-10, 2013), 93 jogos

Maior vitória: Avaí 6x1 Grêmio Prudente (2010), Avaí 5x0 Ceará (2010)
Maior derrota: Palmeiras 5x0 Avaí (2011), Cruzeiro 5x0 Avaí (2011)

segunda-feira, 8 de maio de 2017

O Avaí nas finais do Catarinense

O Avaí encerrou ontem sua 19a. participação em uma final de Campeonato Catarinense. O Leão da Ilha soma 12 títulos e, agora, sete vice-campeonatos nessas disputas. Foram 33 jogos, com 19 vitórias, dois empates e 12 derrotas. Foram 81 gols marcados e 53 sofridos.

Outras quatro conquistas e três vice-campeonatos do Avaí ocorreram sem a disputa de jogos finais eliminatórios. O primeiro título, em 1924, veio numa disputa por pontos corridos. A final de 1942 não ocorreu por desistência do América de Joinville, e o título foi pro Avaí por WO. As conquistas de 1973 e 1988 ocorreram em um quadrangular e um hexagonal final, respectivamente.

O vice-campeonato de 1925 ocorreu numa disputa por pontos corridos. O de 1972, num quadrangular final. E o de 1985, num hexagonal final.

O Avaí nas finais do Campeonato Catarinense

1926
Avaí 3x2 Internato
Partida-desempate porque os dois times empataram em pontos durante a competição.

1927
Avaí 3x2 Brasil de Blumenau 
Primeira final envolvendo um time de Florianópolis contra um do interior no Campeonato Catarinense. O Brasil é o mesmo clube que depois mudou de nome para Palmeiras e, mais tarde, para Blumenau Esporte Clube (BEC).

1928
Avaí 4x1 Brasil de Blumenau

1930
Avaí 6x2 Marcílio Dias

1940
Avaí 0x1 Ypiranga
Última final que o Avaí disputou em jogo único no Adolfo Konder - assim como as de 1927, 1928 e 1930 - e a primeira que perdeu.

1943
América 3x1 Avaí
Avaí 7(7)x3(0) América
Obs.: O placar global de 14x3 no segundo jogo (7x3 no tempo normal e 7x0 na prorrogação) é a maior goleada da história das finais de Campeonato Catarinense.

1944
Marcílio Dias 1x2 Avaí
Avaí 5x3 Marcílio Dias

1945
Caxias 2x0 Avaí
Avaí 7(2)x2(0) Caxias

1949
Olímpico 6x1 Avaí
Avaí 1x4 Olímpico
Derrota por 6x1 no primeiro jogo e por 10x2 no agregado é a pior do Avaí nas finais de Campeonato Catarinense.

1951
América 1x1 Avaí
Avaí 0x4 América
A derrota por 4x0 foi a maior do Avaí em um jogo de final em Florianópolis.

1975
Avaí 2x3 Figueirense
Figueirense 0x3 Avaí
Figueirense 0x1 Avaí
Os três jogos foram disputados no Orlando Scarpelli.

1977
Chapecoense 1x0 Avaí
Final em jogo único em Chapecó.

1992
Avaí 1x0 Brusque
Brusque 2(1)x1(0) Avaí

1997
Tubarão 0x0 Avaí
Avaí 2x0 Tubarão
Única final até hoje em que o Avaí não sofreu gol.

1999
Avaí 2x0 Figueirense
Figueirense 2(0)x1(0) Avaí
Não havia saldo de gols na final na época. Por ter melhor campanha, o Figueirense jogou pelo empate na prorrogação, mesmo tendo perdido no agregado (3x2 para o Avaí).

2009
Chapecoense 3x1 Avaí
Avaí 3(3)x1(0) Chapecoense

2010
Joinville 1x3 Avaí
Avaí 2x0 Joinville

2012
Avaí 3x0 Figueirense
Figueirense 1x2 Avaí

2017
Avaí 0x1 Chapecoense
Chapecoense 0x1 Avaí
A Chapecoense teve a "vantagem do empate", ou seja, com o empate em pontos e saldo de gols na disputa, sagrou-se campeã. A derrota por 1x0 foi a primeira do Avaí em uma partida de final na Ressacada.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Complicou


Se o Avaí contava com um bom resultado na Ressacada para tentar decidir em Chapecó, as coisas não poderiam ter dado mais errado. A derrota obriga o Leão a tentar um feito inédito em sua história: ser campeão fora de casa depois de perder a primeira partida da decisão em casa.

Com a volta de Denílson, artilheiro do clube na temporada (8 gols), Claudinei Oliveira optou pela saída do time de Diego Jardel (1 gol, 3 assistências). No mais, manteve a mesma formação tática (4-2-3-1) usada na maior parte do ano, mesmo que o time tivesse caído bastante de produção no returno do estadual e principalmente nos últimos quatro jogos (dois empates, duas derrotas e apenas um gol marcado).

Jamais saberemos se daria certo, pois, aos 19 minutos, Capa tornou-se o primeiro jogador do Avaí expulso em 2017 e o primeiro depois de 28 jogos (desde a partida contra o Vasco, na 33a. rodada da Série B de 2016). Oito minutos depois, Claudinei Oliveira tentou recompor a defesa colocando o zagueiro Maurício (até então, cinco jogos e 220 minutos em campo no ano), de 1,88m, quebrando galho na lateral-esquerda, no lugar de Marquinhos (que saiu aos 27 minutos, o menor tempo dele em campo no ano).

Torcedores e próprio Marquinhos, em entrevista pós-jogo, questionaram essa alteração. O meia definiu-se como "a referência do time" e sugeriu que seria absurdo tirá-lo do time por isso. Um pouco de exagero. Com 10 contra 11, o treinador avaiano tentou formar um 4-4-1 - com Leandro Silva, Alemão, Betão e Maurício na defesa, Luan e Judson como como volantes, Rômulo e Denílson abertos e Júnior Dutra mais à frente -, no qual Marquinhos teria pouca utilidade por ser lento e de pouca marcação.

O Galego até poderia ser esse "1" lá na frente, mas sem a mesma mobilidade de Dutra, poderia, no máximo, tentar segurar a bola para a chegada dos meias - é de se imaginar, no entanto, que pouco criaria contra os zagueiros e volantes da Chapecoense. Também é preciso relativizar essa "referência", que hoje é mais pelo peso da história e liderança que técnica. Marquinhos participou de apenas três gols em 16 partidas de 2017 (2 gols, 1 assistência), bem aquém do trio ofensivo Dutra (7 gols, 4 assistências), Denílson (8 gols, 1 assistência) e Rômulo (6 gols, 2 assistências). Também sua tão falada bola parada já não se mostra tão eficiente: apenas um gol (de falta, contra o Metropolitano) e uma assistência (de escanteio, contra o Figueirense) no ano.

Claudinei tomou a decisão mais racional ao tirar Marquinhos, o que não impediu o Avaí de sofrer o gol ainda no primeiro tempo, antes da expulsão de Andrei Girotto, da Chapecoense. Agora no 10 contra 10, esperava-se que o treinador tentasse recompor o setor de criação, mas, em vez de um meia, optou pelas entradas de João Paulo no lugar de Maurício e de Lourenço no lugar de Luan. Acabou o jogo com quatro atacantes e nenhum meia, mesmo tendo Diego Jardel e Vinícius Pacheco no banco. Júnior Dutra acabou sendo sacrificado e teve que fazer o papel de armação no meio, mesmo não sendo o seu forte - acredito que Rômulo seria o jogador mais indicado para fazer isso.

O Avaí até criou algumas chances, mas não conseguiu marcar e amargou sua primeira derrota em um jogo de final de campeonato na Ressacada em sua história (nove partidas). A vitória confirma o bom momento da Chapecoense e o mau do Leão. Desde a nona rodada do turno, o time do Oeste somou 28 pontos, contra 14 nossos.

Para conquistar o título, o Avaí precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença em Chapecó. Um desafio e tanto para um time que fez apenas um gol nos últimos cinco jogos. Para chegar lá, possivelmente Claudinei terá que mudar o esquema tático do time, algo não feito até agora, a não ser em poucos minutos durante o segundo turno. Dois meias? Três zagueiros? Enfim, alguma mudança é necessária.

Seca

O Avaí parou de fazer gols e isso se reflete na "seca" enfrentada por seus meias e atacantes, que vão precisar desencantar em Chapecó para ficarmos com o título. Veja há quantos minutos em campo cada um deles não consegue fazer gol neste ano.

Diego Jardel - 582 minutos
Lourenço - 471 minutos*
Marquinhos - 423 minutos
Júnior Dutra - 387 minutos
Denílson - 230 minutos
Vinícius Pacheco - 212 minutos
Yuri - 166 minutos*
Santarém - 142 minutos*
Devid - 139 minutos*
Marcelinho - 132 minutos*
Rômulo - 114 minutos
Toshi - 77 minutos*

*ainda não marcaram gol no ano